
A semana passada sairam algumas notícias sobre a preocupação que se deve ter nas celebrações litúrgicas para evitar o contágio com a gripe A. Acho que do ponto de vista da comunicação a Igreja saiu-se muito bem, foi oportuna e naturalmente todos os MCS pegaram na notícia.
Igreja altera regras nas missas para prevenir contágio da gripe
Acontece que muitos dos jornalistas, não especializados e pouco familiarizados com a terminologia da Igreja, ao cobrirem esta notícia meteram as mãos pelos pés e deram a entender que haveria uma mudança substancial nas normas litúrgicas.
É curioso observar o lado formal da comunicação neste caso, o timing escolhido para fazer chegar a informação e o desencadeamente.
Depois do comunicado feito pelo director da Pastoral Nacional da Saúde, o Patriarca de Lisboa fez sair um outro comunicado que diminui bastante e desvaloriza tudo aquilo que foi dito anteriormente.
Imagino que para quem olha de fora a forma como a Igreja comunica deve parecer muito caricato para não dizer contraproducente. Fica-se com a ideia de que não há coordenação, nem união e muito pouca comunhão.
Não se entende muito bem se este segundo comunicado visava esclarecer os jornalistas ou pôr no sítio o P. Feytor Pinto. Julgo que as sugestões dadas pelo padre são do senso comum e ainda por cima em perfeita coordenação com o SNS. Nunca teve a pretensão de alterar quaisquer regras litúrgicas e sabe muito bem qual é o seu lugar na Igreja.
Um outro problema que poderia ter sido evitado é a fuga de informação para os MCS antes de informar os párocos. É verdade que a TV faz chegar a mensagem mais rapidamente a um maior número de pessoas mas corre-se o risco da mensagem ser deturpada, o que acabou por acontecer.
Acredito que a tão referida "dignidade" é um presuposto importante mas não nos protege da gripe A.
Quanto aos jornalistas que tratam estas máterias, alguns deles continuam a não querer apreender a comunicar correctamente na linguagem da Igreja, mas este é outro assunto que vale a pena reflectir noutra altura.
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