domingo, 26 de julho de 2009

A boca


A semana passada sairam algumas notícias sobre a preocupação que se deve ter nas celebrações litúrgicas para evitar o contágio com a gripe A. Acho que do ponto de vista da comunicação a Igreja saiu-se muito bem, foi oportuna e naturalmente todos os MCS pegaram na notícia.

Igreja altera regras nas missas para prevenir contágio da gripe

Acontece que muitos dos jornalistas, não especializados e pouco familiarizados com a terminologia da Igreja, ao cobrirem esta notícia meteram as mãos pelos pés e deram a entender que haveria uma mudança substancial nas normas litúrgicas.

É curioso observar o lado formal da comunicação neste caso, o timing escolhido para fazer chegar a informação e o desencadeamente.

Depois do comunicado feito pelo director da Pastoral Nacional da Saúde, o Patriarca de Lisboa fez sair um outro comunicado que diminui bastante e desvaloriza tudo aquilo que foi dito anteriormente.

Imagino que para quem olha de fora a forma como a Igreja comunica deve parecer muito caricato para não dizer contraproducente. Fica-se com a ideia de que não há coordenação, nem união e muito pouca comunhão.

Não se entende muito bem se este segundo comunicado visava esclarecer os jornalistas ou pôr no sítio o P. Feytor Pinto. Julgo que as sugestões dadas pelo padre são do senso comum e ainda por cima em perfeita coordenação com o SNS. Nunca teve a pretensão de alterar quaisquer regras litúrgicas e sabe muito bem qual é o seu lugar na Igreja.

Um outro problema que poderia ter sido evitado é a fuga de informação para os MCS antes de informar os párocos. É verdade que a TV faz chegar a mensagem mais rapidamente a um maior número de pessoas mas corre-se o risco da mensagem ser deturpada, o que acabou por acontecer.

Acredito que a tão referida "dignidade" é um presuposto importante mas não nos protege da gripe A.

Quanto aos jornalistas que tratam estas máterias, alguns deles continuam a não querer apreender a comunicar correctamente na linguagem da Igreja, mas este é outro assunto que vale a pena reflectir noutra altura.

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