sábado, 23 de maio de 2009

Que espera a Igreja das faculdades católicas de comunicação?

“Restaurar o sentido religioso simbólico” e “valorizar e ensinar a capacidade narrativa das gerações jovens”: nisto consiste, segundo o arcebispo Claudio Maria Celli, presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais, “a urgência” à que devem responder as faculdades católicas de comunicação.

O arcebispo, que impulsiona a comunicação da Santa Sé, abriu com este convite o Primeiro Congresso de Faculdades Católicas de Comunicação da Espanha, que se celebra na Universidade Pontifícia de Salamanca, neste final de semana.

Para Dom Celli, “as faculdades católicas, em especial as de comunicação, devem dar testemunho de que nada do humano lhes é alheio”. Neste caso, alentou a uma “sã interdisciplinaridade” de modo que “exerçam um autêntico diálogo com os agentes da atualidade contemporânea”.

“Uma faculdade católica de comunicação deverá viver uma comunicação caracterizada por uma credibilidade e que seja relevante para nosso tempo”, constatou.

Neste sentido, é preciso dar “um testemunho de coerência entre a palavra a ação, entre o que se proclama e o que se vive”.

“As faculdades hão de ser espaços onde a comunicação seja fluida, respeitosa, aberta e de diálogo”, acrescentou.

“Em um clima de liberdade responsável, os alunos receberão quase por ‘osmose’ as chaves que lhes permitirão ser comunicadores eficazes e construtores de sociedades pacíficas e participativas” e é indispensável recordar, prosseguiu o arcebispo Celli, que “a comunicação, entendida em chave cristã, tem a responsabilidade de assumir um enfoque definitivamente à medida humana”.

A proposta acadêmica de uma faculdade católica de comunicação, além da “excelência na formação técnica e profissional”, terá de oferecer aos alunos “sólidas bases antropológicas”.

Estas faculdades também podem impulsionar “o amadurecimento do humanismo tecnológico”, e então educar será o “outro nome” de uma “disponibilidade à graça que se torna anúncio, profecia e mistério”.

O presidente do dicastério para as comunicações sociais convidou as faculdades a estarem “abertas às novidades de um contexto sócio-cultural como o de hoje” o qual definiu como “cheio de oportunidades, ainda que também de ambiguidades”.

Dom Celli considera que as faculdades têm a urgência da “inculturação” e da “adaptação”, além de um convite à “revisão crítica” e a um “esforço permanente de discernimento”.

Em um apaixonado discurso a favor de “buscar a verdade”, tarefa de todo educador, Dom Celli animou os participantes do congresso a não converterem as faculdades em lugares de “proselitismo”, mas em espaços de humanidade e busca desta verdade, sobretudo em um momento no qual prolifera uma “paralisia operativa” que deriva de muitos “relativismos contemporâneos” que produzem uma espécie de “exílio da realidade”.

Assim pois, é desejável que as faculdades católicas sejam lugares nos quais “encontrar Deus vivo”, e cuja identidade não venha marcada pela questão do número de estudantes católicos, mas pela “convicção” e a oferta aos alunos para compreender o ser humano em sua plenitude.

ZENIT

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